Viver, experienciar, superar

Fazer uma coisa incansavelmente ou fazer um pouco de muitas coisas?

Daniel Covas
5 min readMay 2, 2024

Como é costume, esta publicação não é sobre trabalho. Não é sobre a vertente pessoal. É sobre tudo. Sobre a perspetiva holística de que a forma como fazemos uma coisa é a forma como acabamos por fazer tudo, queiramos ou não aceitar isso. Porque se há coisas em áreas diferentes da nossa vida que fazemos de maneira diferente, significa que existe algum tipo de stress interno, uma dualidade entre algo que queremos aparentar e aquilo que realmente somos. Isso, é o maior reflexo de incongruência que podemos ter e é algo que, ao não dedicar atenção à sua resolução, resultará na destruição, parcial ou total, do nosso ser. Não querendo iniciar esta publicação nesta onda de dor, termino a introdução para dizer que, ainda que isto possa acontecer e nos possamos ver na escuridão e no pior espaço mental, situação física e financeira mais desastrosa e inexistência de vertente espiritual, a parte boa é que o livre-arbítrio que possuímos permite que façamos diferente. E fazer diferente permite mudar tudo. Fazer diferente acontece num estalar de dedos. E fazer diferente, torna-se um misto de entusiasmante e desafiante, porque ainda que possamos alterar um comportamento de forma instantânea, não se produz um resultado dessa mesma maneira. No entanto, fazer diferente é a solução ultima para obter diferente.

Photo by Brett Jordan on Unsplash

A vida

É invariável que, ao longo da nossa jornada entre o nascimento e a morte, exista algum tipo de atividade para refletir o nosso contributo produtivo para a sociedade. Atividade essa que chamamos de trabalho e que, a nível financeiro, permite que sustentemos a nossa vida, nas suas várias vertentes. Dentro disso, temos várias opções:

  • Podemos assumir uma carreira ascendente, dedicada e leal numa organização apenas.
  • Podemos fazer variados trabalhos ao longo da vida, acumulando diferentes experiências.
  • Podemos decidir empreender e criar um négocio próprio.

E podemos fazer um mix entre as últimas duas e acabar na primeira. Ou começar com a primeira e passar para a segunda. Ou arriscar na terceira, ver as coisas correr bem e desenvolver a partir daí. Ou ficar apenas por uma delas. Ou desenrolar o caminho de outra forma. Ou até enveredar por uma outra forma que nenhuma destas. Não existe uma opção certa. Nem melhor. Existe o que se adequa a cada pessoa, dependendo das suas necessidades, crenças e valores.

A experiência

Publiquei esta semana no Instagram algo com o título: “Tu és a tua maior experiência!”, para descrever o lado não tão bom dos dias que nos correm de forma desagradável e uma das estratégias que eu uso para sair do estado a que isso me leva e regressar ao meu centro. No entanto, o que quero realmente aqui referir, neste ponto, são as nossas experiências. As que vivenciamos, no campo pessoal, profissional, financeiro e espiritual (as áreas fundamentais da nossa vida).

Reafirmo que nós somos a nossa maior experiência. A vida em si é a jornada e tudo o que decidimos realizar nela é um acumular de experiências que vão determinar a forma como percorremos o caminho que ela é. Muitas experiências, ou melhor, oportunidades de experiência envolvem riscos. É a nossa capacidade, mais do que em analisar os riscos, saber lidar com eles, que determina o quão rica a nossa vida se vai tornar. Em primeiro, porque só temos uma. Ao contrário do que se pode imaginar, isso não é um indicador para viver sem riscos e ao máximo. É sim um sinal de que temos de a valorizar e preservar ao máximo, tomando doses de riscos que nos permitam estar desconfortáveis de forma tolerável, de forma a aproveitar a curva de crescimento que a nossa vida traz em anexo.

A superação

O anexo de que estava a falar na frase acima é a evolução. Pessoal, profissional, financeira, espiritual, não importa em que área. Evoluir é o caminho, isso sim. Para evoluir, existe (entre outras variáveis) algo deveras importante: a disposição em deixar para trás o que se é, para abrir espaço ao que te podes tornar. A forma máxima de superação é quando nos permitimos transformar e mudar a nós próprios para algo diferente e melhor, que esteja ainda mais claramente e intencionalmente alinhado com aquilo que mais valorizamos e aquilo em que mais acreditamos. Neste campo, suponho que o mais desafiante seja efetivamente a mutação, em pequenos passos e incrementos, que permite a transformação da nossa identidade, de quem erámos para aquilo que queremos realmente ser. Este processo, fica para a publicação da próxima semana.

Conclusões finais

A vida é, em si, uma experiência. Nós próprios, enquanto ser, somos ao mesmo tempo, o mestre e o objeto de dita experiência. E dentro dessa total experiência que é a vida, existe uma grandiosa sequência de eventos que contribui para gerar o resultado da experiência total. Procurar um olhar curioso, ao invés de julgador, no nosso dia-a-dia, pode ser um começo para apreciar mais e melhor a jornada vital. Medir os riscos mais pelas consequências da perda e não tanto da perda em si, pode aliviar o peso que carregamos nas tomadas de decisão e facilitar a jornada. Aproveitar mais os pequenos momentos, celebrar melhor e mais afincadamente as pequenas ações. Recompensar de forma valorosa o comportamento que queremos ver repetido. Usar o ambiente que nos rodeia a favor e não como um “depósito de queixas” pode também ajudar. Perdoar mais. Aceitar mais. Mostrar mais compaixão. Mais humildade. Reforçar mais e mais o carácter. Para contigo primeiro e depois refletes exteriormente, para com os outros. Se mostrares o bem que tens dentro, existe uma maior hipótese de dares espaço a que quem interaja contigo liberte o seu melhor também. Antes de tudo isso, tem bem claro aquilo em que acreditas. Aquilo que valorizas. Aquilo que és. O que define o teu carácter. E com esta sincronia, começa a agarrar as oportunidades que te vão permitir limar estes aspetos, praticar todos os outros e levar-te a novos níveis da vida, quer pessoalmente, quer profissionalmente, quer financeiramente, quer espiritualmente. O passo da tua evolução, é o próximo que decidires dar, com base neste alinhamento.

O que já viveste, experimentaste e superaste hoje?

--

--

Daniel Covas
Daniel Covas

Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

No responses yet