Vitalidade

Promover a saúde para inviabilizar a doença

Daniel Covas
5 min readOct 26, 2023

Saúde não é a ausência de doença. Isso é a zona de conforto. Tal como na vida, quando escolhemos não evoluir; na saúde, simplesmente não ter doenças não significa ter saúde, per si. A saúde e a doença são opostos, é certo. Tal como qualquer outro par de antónimos, a ausência de um não significa necessariamente a presença do outro (a tal zona intermédia sobre a qual tenho escrito nas últimas semanas tem de ser percorrida.)

Portanto, é mesmo como diz no título: ter vitalidade, para mim, é a capacidade de maximizar a nossa saúde de forma a inviabilizar o aparecimento das doenças, o seu impacto e permanência no nosso sistema.

O poder da linguagem na saúde

Existem algumas pequenas gaffes que cometemos quando falamos sobre a nossa saúde e assim, criamos conotações e alimentamos estereótipos que se mantêm durante gerações para durar. Algumas simples coisas, como o “vou medir a febre” — a febre não se mede. Medimos a temperatura corporal e se estiver mais elevada que o normal, aí sim diagnosticamos a febre como causa. O que quero dizer é que as palavras que usamos fortalecem ou enfraquecem aquilo em que acreditamos. E não estou a dizer que basta deixar de acreditar que temos febre e que ela passa. Nada disso. Se a temperatura do nosso corpo se elevou, certamente estamos a combater um “intruso interno” e o corpo está a usar o calor para o expulsar.

No entanto, é importante lembrar que o poder daquilo em que acreditamos se reflete na nossa realidade, uma vez que o nosso cérebro vai procurar justificações para tornar os nossos pensamentos em produtos palpáveis. O cérebro vai sempre querer ter razão. Não é defeito, é história.

Este poder daquilo em que acreditamos possui bases cientificas, dentro dos campos ligados à neurociência.

Passando para algumas das outras concepções que assumimos em relação à nossa saúde, como ir ao médico tratar dela. O médico não trata a nossa saúde. Se a tivessemos, não iamos precisar dele. Os médicos têm como função livrar as pessoas das suas doenças, para que, na sua ausência, consigam construir e nutrir a própria saúde.

Protocolos de melhoramento e promoção de bem-estar

Sermos mais benevolentes connosco também é uma estratégia agradável para enfrentar aquilo que estamos a passar, quando a nossa saúde atravessa estágios débeis. Temos a tendência a baixar naturalmente o nosso estado, uma vez que não nos sentimos no nosso melhor. A usar estados de tristeza como manifestação primária. No entanto, ganhar consciência de que, ainda que todos os nossos sistemas estejam interligados, a maioria deles funciona de forma independente, com alguma vontade e esforço proativo. Isto é dizer que, usar uma atitude corporal e física ativa, vai apoiar a que nos sintamos invariavelmente melhores, porque o corpo vai transmitir ao cérebro que quer energia para se movimentar. Isto vai contra o “modo de segurança” em que o cérebro entra, quando o corpo é invadido por um agente externo. Assim, a diversificação de foco vai levar-nos não só a uma melhor disposição como também a um combate mais saudável perante a doença que estivermos a enfrentar.

Mais do que isto, vitalidade é sobre o que fazemos quando estamos livres de doenças para manter e promover a nossa saúde. A forma como nos nutrimos e alimentamos o nosso corpo. A quantidade de movimento que fazemos, para manter o corpo ativo. A quantidade de treino, geral ou específico, que desenvolve a agilidade, os reflexos, a força, a coordenação motora. A quantidade e qualidade de horas de sono, para permitir a recuperação e regeneração do sistema. A leitura ou outra atividade que mantenha também o nosso cérebro ativo, ágil e a funcionar de forma aguçada. Escrever, seja em forma de desabafo, para descrever ideias, libertar pensamentos ou criar algo. De forma a trabalhar a nossa parte emocional, sem repressões. Meditação ou qualquer outra prática, para aqueles que estiverem despertos a uma vertente mais espiritual é também importante. Tudo isto contribui para um melhor nível da nossa saúde. Normalmente pensamos em saúde e automaticamente o pensamento que surge é alimentação e treino. Associamos a saúde maioritariamente ao aspeto físico. E não está errado, uma vez que o corpo é o nosso meio de locomoção e atividade principal. No entanto, sem falar sequer da parte espiritual, é de extrema importância não descurar a crucialidade dos outros aspetos: a saúde mental e emocional e algo que tendemos a efetivamente nos esquecer da devida relevância, diretamente relacionado aos primeiros dois fatores, o sono.

A saúde é composta por tudo isto. Não somos apenas o nosso corpo. Somos este harmonioso conjunto de sistemas internos, que funciona numa sintonia perfeita e com um nível de rigor invejável. Por isso é tão importante manter a “máquina oleada”.

Hoje não trago dicas, estratégias nem nada de especificamente prático. Trago apenas palavras como um sinal de alerta de consciência. Para que mantenhamos presentes esta nossa saúde que, em muitos dias em que a nossa cabeça é consumida por outras preocupações, tomamos como garantida. A nossa vitalidade. Aquela energia que deriva da nossa saúde e que, aliada ao nosso carácter, se traduz naquilo que somos e mostramos ao mundo. É a impressão pessoal da nossa pegada, aquilo que nos caracteriza. Sermos seres com vitalidade é importante, em primeiro para nós próprios, pois estamos a assegurar o bem-estar do nosso templo. E em segundo, para inspirar aqueles que nos rodeiam a fazer o mesmo, quer seja através do nosso nível de energia, da nossa tranquilidade, da nossa paz ou de um misto de todos estes fatores.

Nota final: este é um tema que abordo com extrema precaução e que escolho não ir muito a fundo, de forma a não induzir nada a ninguém. Gosto apenas de falar da importância da vitalidade e dentro daquilo que é a minha área de competência (comportamento humano) deixar alguns insights que possam ser valiosos. Nada do que escrevo são conselhos médicos nem nada que se pareça. São apenas pedaços de experiências que decidi fazer comigo e que não posso recomendar, na minha plena consciência, que o façam. Fiquem com a mensagem de que é importante, prezem a vossa saúde acima de tudo e em caso de dúvida ou problema, consultem os devidos especialistas.

Se quiserem saber mais sobre a forma como cuido da minha vitalidade em situações especifícas ou gerais, têm a seção de comentários e também a hipótese de me contactaram via redes sociais. Sempre mantendo bem presente a nota que deixei acima.

Já cuidaste e nutriste a tua saúde/vitalidade hoje?

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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