Sentimento de crescimento
A revelação de uma nova versão de ti
É soberbo quando começamos a sentir dentro de nós, em nós como um todo até, uma sensação de mudança. De que algo já não está igual. Uma manifestação que supera aquilo que somos no momento. Está para lá do explicável. Porém, é aquilo que ando a sentir há alguns meses e que se tem intensificado nas últimas semanas. Não há uma forma precisa de descrever aquilo que é o processo de evolução pessoal, sobretudo os momentos de transformação. No entanto, uma coisa muito importante de salientar: o “momento de transformação” não é um momento — É o acumular de uma sequência de ações repetidas e do resultado delas, que se revelam aos poucos, numa determinada instância, tornando-se mais e mais tangíveis e aí sim, assumimos de forma real e verdadeira a mudança que experienciamos. Agora, para dar “combustível” a esta publicação, abro com uma pergunta: Importa mais a mudança que obtemos ou a decisão que a originou?
Refletindo…
Decidir mudar não é tudo e é o começo de qualquer mudança. Agora o que faz mudar, crescer e transformar, é aquilo que fazemos. Ainda que decidir seja o primeiro e imprescindível passo, a execução após a decisão é inegociável para que algo realmente aconteça. Sim, nada que não se saiba, é verdade. Agora, será que conseguimos estabelecer uma escala de importância dentro do processo que vai da decisão até ao novo resultado, de forma a afirmar se existe, de facto, alguma parte que seja mais importante que outra, ou será uma questão semelhante à do ovo e da galinha?
Dentro desta última questão, que remete para o famoso dilema de causalidade que conhecemos, existe já bastante estudo científico que veio desmistificar tal pergunta. Ao que parece, a primeira galinha doméstica, como a conhecemos, surgiu de um ovo que não era de galinha, e sim dos seus ancestrais (não necessariamente dinossauros), uma espécie de ave que estava em processo de domesticação, pelos nossos antepassados. O primeiro ovo surgiu muito antes disso. No entanto, o primeiro ovo de galinha, efetivamente, foi proveninente de uma galinha que surgiu de um ovo que não era da mesma exata espécie. Questões científicas à parte, voltemos à reflexão que aqui importa:
A decisão que origina uma mudança tem uma importância extrema no desenrolar desse processo. Agora, a linha temporal que separa a tomada da decisão da obtenção do resultado é variável. Quanto maior essa linha, mais significado e importância a decisão em si vai perder, por ficar precisamente, esquecida no passado. Até que, quando surge o resultado, nos voltamos a lembrar do fatídico momento em que, lá atrás, no passado, tomámos a determinada decisão. Porém, ao descrevermos a história do nosso processo de transformação, qualquer que seja o que estamos a considerar, acabamos a contar mais episódios do processo em si do que a destacar a decisão inicial. Pois novamente, são esses mesmos episódios que estão mais claros e presentes na memória.
Por outro lado, para realizar as ações diárias necessárias ao desenrolar do processo, temos diariamente de reforçar a decisão inicial com uma espécie de sub-decisões, que é como quem diz, temos de decidir fazer o que precisa ser feito, aquilo que nos comprometemos fazer, baseado na decisão original e primeira. E temos de o fazer todos os dias, antes de cada ação que realmente importa.
Para mim, a decisão é efetivamente mais importante do que o resultado que se obtém. Isto porque, treinar a nossa capacidade de decidir, reforçá-la e empoderá-la, faz de nós indivíduos mais capazes, em diversos tipos de ambientes. Aumenta a nossa autoconfiança e autoestima. O resultado, é só o resultado. É a consequência da ação que teve origem na decisão. Na realidade, o resultado é a métrica que nos permite avaliar quão boa é a capacidade da nossa execução, perante as decisões que tomamos.
Se no processo de crescimento evolução, transformação e mudança existem outras variáveis importantes? Claro que sim. E hoje, aqui, só queria deixar claro a minha perspetiva, o meu estado atual e a minha perspetiva perante a importância da decisão como ato face ao resultado a que nos leva. Posto isto, se tens uma forma diferente de ver este tema, partilha nos comentários e vamos trocar umas ideias!
