Saturação vs Obsessão
Mais uma publicação em que coloco frente a frente dois assuntos que muitas vezes se confundem, maioritariamente pela imagem que nos impõem sobre eles.
O ponto onde quero chegar, e que vou dissecar ao longo das próximas frases, é sobre nos debruçarmos num assunto de forma absoluta, em que por um lado sabemos que é aquilo que queremos e sentimo-nos bem a fazer isso. Por outro, é um esforço enorme, porque vai contra tudo aquilo em que acreditamos.
Em primeiro lugar, falar de saturação. Durante o nosso período de educação, somos ensinados e influenciados, por norma pelos nossos pais, de forma a fazer o que eles fazem e a ser, de uma forma ou de outra, o que eles são. Sair fora do padrão e fazer diferente é desconfortável. Isso vem para lá desta parte. Aqui, neste nível, acontece uma sobrecarga de tudo aquilo que nos impõem. É como se nos dissessem para sabermos pensar, não segundo nós, mas segundo os padrões que querem que nós sigamos. E acabamos a trabalhar forte, a trabalhar duro, em tudo aquilo que nos pediram. As áreas que nos disseram que nos iam fazer prosperar na vida. E acabamos com uma jornada perdida. De esforços em vão. De feitos que nunca quisemos. De saturação.
Por outro lado, temos a obsessão. Uma palavra que ganhou uma conotação ligeiramente desfavorável ao longo dos tempos. Ainda assim, como é claro, tem tudo a ver com a perspetiva. Com o poder que temos em dar um significado diferente às palavras para nós próprios. Obsessão é a dádiva que temos de nos apaixonar brutalmente por aquilo que é a nossa vida e aquilo que nos deixa e faz feliz. Todos à nossa volta nos sabem sempre aconselhar sobre o melhor e o pior que cada coisa na nossa vida tem para oferecer. Queremos um emprego? Toda a gente tem uma opinião. Vamos comprar um carro? Toda a gente tem uma opinião. Vamos comprar uma casa? Toda a gente tem uma opinião. O incrível é termos tão poucas pessoas com a capacidade de fazer as perguntas mais simples. És feliz a fazer o que fazes? És feliz com aquilo que tens? És feliz com aquilo que és? Tanta simplicidade, tanta importância, tanto poder. Diferença gigante.
Em jeito de conclusão, este “face-off” é algo tão presente na sociedade e tão pouco falado. Ou melhor, tão pouco enfrentado. Temos de aprender a ganhar a coragem de quebrar as barreiras. Reunir forças e saber dizer “Não” quando é mais necessário. Quando é o nosso bem-estar e a nossa sanidade que está em causa, nada mais importa. Na raiz, é sempre sobre estarmos bem com a vida que temos, porque isso é tão relativo…
A minha mensagem para vocês é mesmo esta: Larguem a saturação de algo que só vos coloca pressão em cima. Saibam desligar disso e vão em busca daquilo que mais vos faz viver e vos dá a felicidade. Aprendam a ser obcecados, acima de tudo, com a vossa felicidade. O mundo não muda pelo impacto que uma pessoa pode ter, muda com cada pessoa que é impactada. Tenham a coragem de ser vocês próprios, à vossa própria maneira!