Recuperação
À falta de um tema mais profundo, vou abordar um tópico que caracterizou a minha semana, descanso e recuperação. Um assunto que, não sendo profundo de pensamento, é de extrema importância. Acredito já o ter abordado noutras publicações e aqui vou realmente focar e dedicar atenção específica a isto.
· Recuperação vs Descanso
· Importância do descanso
· Importância da recuperação
Recuperação vs Descanso
Bem, conceitos muito associados que acredito todos conseguirmos diferenciar. Apesar de associados, porque no nosso período de descanso podemos perfeitamente estar em recuperação, são processos diferentes, no seu significado.
Descanso refere-se a, precisamente, descansar. Significa que passámos por um período de intensidade, quer tenha sido no trabalho, quer seja com a prática de exercício físico, quer tenha sido com qualquer outra atividade. E decidimos tirar um período de tempo (minutos, horas, dias) de descanso. Eu associo o descanso a recompensa. Ou seja, sempre que concluo com sucesso um dos objetivos a que me propus, defino um espaço temporal que uso para descansar das minhas atividades principais e proporcionar a mim próprio um tempo que é, simultaneamente, de descanso e de recompensa. Mais do que isso, temos um período de descanso que é comum a todos nós: o sono. O período de descanso mais importante que existe na nossa vida e que é, ao mesmo tempo, um tempo de descanso e de recuperação.
O sono é o período (que difere de pessoa para pessoa, seja em quantidade seja em timing) em que o nosso corpo descansa da atividade praticada ao longo do dia e regenera os sistemas internos, de forma a se preparar novamente para o dia seguinte. O nosso corpo é uma máquina tão bem estruturada que tem a capacidade de se autorregenerar. Relativamente a quantidade de sono, existem pessoas que necessitam de uma quantidade menor de tempo para recuperarem, porque o seu corpo está “otimizado” naturalmente e executa processos de forma mais rápida que o normal. Outras pessoas precisam de mais tempo, porque o seu corpo é mais lento a realizar as mesmas tarefas. Isto não significa que uns são melhores e outros piores. Significa sim que existe uma necessidade de aprendermos quais são as necessidades do nosso corpo de forma a vivermos de acordo com a rejuvenescência do nosso sistema para que consigamos tirar o máximo partido dele. Quanto aos timings, existem pessoas que “descarregam” baterias mais rápido e que têm um horário mais madrugador e outras que, como o sistema só entra em “funcionamento total” mais tarde, tendem a estar ativas até horas mais tardias. No entanto, devido aos ciclos circadianos, todos devemos dormir durante o período em que o Sol está em baixo, para que o nosso sistema regenere propriamente e também para recebermos da natureza os benefícios totais do dia, em termos de nutrientes e vitaminas e os benefícios totais da noite, em termos de repouso e tranquilidade (durante a próxima semana, vou dedicar uma publicação inteiro ao sono).
Recuperação. Esta, por outro lado, remete para a existência prévia de um esforço prolongado onde tem de existir um período de descanso focado em cuidar. Daí se chamar recuperação. Dando o meu exemplo do fim de semana que passou: desafiei o meu corpo a superar alguns limites físicos e a ultrapassar barreiras, a vários níveis, de uma forma à qual ele não está habituado. O que tive de fazer ao longo desta semana? Recuperação. Que não passa apenas por descanso. Passa pela aplicação de pomadas e cremes. Períodos de massagem e alongamento. Exercícios de adaptação. De forma a regressar, gradualmente, ao ponto saudável (ainda mais fortalecido).
Importância do descanso
Esta parte é praticamente explicada por si própria, tendo em conta aquilo que já escrevi acima. O descanso é, sobretudo, o período que o nosso corpo e os nossos sistemas internos utilizam para se regenerarem e “limparem” da carga que suportam. Sem descanso, acontece aquilo que conhecemos de forma comum como esgotamento. Sem sair fora das minhas competências e sem entrar em detalhes clínicos, um esgotamento é precisamente um estado em que o corpo, ao não obter um período de descanso suficiente ao longo de um grande espaço de tempo, basicamente quebra e desliga. Um pouco como o nosso computador, quando entra em sobreaquecimento e desliga para evitar danos maiores. É isso que o corpo faz. Desliga para que a continuação da não-existência de um período de descanso não prejudique (ainda mais) o nosso organismo e o seu funcionamento interno. Por isso, já sabem. Descansem, é importante. E como escrevi há uns dias atrás, atenção aos extremos. Não usem o descanso como desculpa se não estão sequer a fazer nada. Um sistema descansado não precisa de mais descanso. Quando o telemóvel tem 100% de bateria, não o vamos carregar. É inútil e contraproducente. Não descansem se estiverem descansados.
Importância da recuperação
À imagem do tópico anterior, este também é fácil de compreender e de explicar. Quando surge uma quebra no nosso sistema, por esforço excessivo, de forma a regressarmos a um estado saudável e natural, temos de nos submeter a um período de recuperação. Recuperação essa que, ao contrário do descanso, exige um certo nível de foco, compromisso e determinação da nossa parte. Descansamos facilmente, recuperamos dedicadamente. Quanto mais empenhados formos no nosso período de recuperação, mais reduzido ele será. Ser consistente e preciso neste período faz toda a diferença. Essa é a importância da recuperação: é a fase que nos faz voltar ao estado natural e saudável e tem de ser levada a sério e com o maior empenho possível.
Quero deixar-vos o final deste post com aquilo que será o final de todos os posts daqui para a frente, ao longo do ano, para vos lembrar continuamente: Tu és o que tu quiseres ser. Só tu és tu, e esse é o teu super-poder. Cabe-te a ti guardá-lo ou usá-lo.
Gladiadores, este ano promete o mesmo que qualquer outro antes dele e o mesmo que qualquer outro depois: absolutamente nada. Não é o ano, não é o mês, não é a semana, não é o dia, não é a hora, não é o minuto, não é o segundo que define a nossa vida. Somos nós. É cada um de vocês. Vou manter esta linha de pensamento nos posts ao longo do ano e continuar a criar e a entregar-vos conteúdo para que, de alguma forma, vocês consigam pegar nisto e alterar algo. O vosso estado. A vossa condição. As vossas circunstâncias. O mundo atual dá-nos oportunidades a todos os níveis para sermos muito bons em praticamente tudo. E estimula-nos, ao mesmo tempo, a querer tudo “para ontem” e de mão beijada. Um paradoxo contra o qual temos de lutar diariamente. O que se constrói rápido perde-se mais depressa. O que se constrói a um ritmo firme não só vale a pena como também tem uma base para durar gerações. Um legado desenvolve-se assim. Deixem cá algo que possa viver depois da vossa vida e que carregue a vossa essência por gerações e gerações.
