Progredir

A forma de honrar a nossa criação

Daniel Covas
5 min readJun 20, 2024

À luz daquilo que tem sido o desenvolvimento de mais uma comunidade de que orgulhosamente faço parte, senti que este tema era não só indicado, como apropriado, a uma reflexão para fechar a minha semana de escrita pública. Progresso é uma das palavras de ordem que alimentou e serviu de combustível ao processo de industrialização e à evolução humana como um todo. No entanto, aquilo que mais quero aqui deixar não é tanto o foco no progresso global e sim a importância, a jornada e as nuances que estão envolvidas naquilo que é o progresso individual e de que forma esse progresso influencia o progresso social (das pessoas mais próximas a nós até às que nos assistem e/ou acompanham nos canais sociais).

Diz a imagem: “Um plano no qual tens trabalhado por algum tempo está a começar a tomar forma.”

As imagens que vou usando por aqui são escolhidas no momento e muitas vezes, elas próprias me dão ideias sobre o rumo da publicação. Aqui, não é diferente. Porque todo o progresso começa em algum ponto. Seja uma decisão, um passo, uma ação. Um detalhe despoleta o começo de um percurso que um dia se torna em algo tangível, de algo que era um dia apenas imaginável. O subtítulo que coloquei serve para instigar e incitar a que faças alguma coisa. Não importa o quê. Importa fazer algo que te mude e transforme. Porque a nossa criação e aparição neste mundo não está desenhada para ser igual desde o nascimento até à morte.

Progredir — O segredo mais mal guardado

A evolução é inerente ao ser humano. O nosso espírito curioso e criativo impulsiona a que procuremos fazer mais, fazer melhor, fazer diferente. Isso, move-nos em direção ao futuro, de forma promissora, expectante e esperançosa. Isto porque, nem todo o progresso vai ser percebido no seu momento pioneiro. Nem tudo o que vai fazer as coisas evoluir vai ser progresso benéfico. O progresso em si, como ouvimos muitas vezes dizer e falar, não é feito em linha reta. Mais do que nos ficarmos pelas frases feitas, é importante desconstrui-las. Entender qual a nossa perceção delas. Elas são bonitas. Fazem sentido. E depois? Se nos prendemos na superfície do “sim, eu sei o que quer dizer” ficamos fechados no óbvio e desperdiçamos uma clara oportunidade de progresso.

A jornada progressista

Ao longo do caminho, porém, mesmo agarrando as devidas oportunidades, não vamos estar, a todo o momento, preparados para todas, da melhor maneira possível. Porque muitas vão envolver aspetos e/ou detalhes que não dominamos ou que nos são desconhecidos, de todo. Até vamos provavelmente ter dias em que nos vamos sentir mais em baixo do que quando iniciamos a jornada de progresso (porque parece que não está a fazer sentido, porque o cansaço se apodera de nós e ao não sentir a energia, perdemos o foco). E tudo faz parte. No final, os dias de progresso puro, os dias de falhanços e aprendizagens, os dias de erro, os dias de celebração, todos têm o seu papel valioso naquilo que representa o processo de progresso, entre o início e o final da jornada.

Na realidade, quando nos expomos àquilo que é o mundo do autoconhecimento, do desenvolvimento pessoal ou desenvolvimento humano, a jornada torna-se, de certa forma, eterna. Porque o nosso potencial vai ser, de certa forma, inantigível. Isto porque, ao melhorar uma área, percebemos que temos a potencialidade de melhorar outra. E outra. E outra. E entretanto quando fechamos o círculo, percebemos que podemos novamente recomeçar e alcançar, novamente, um novo nível. O que acaba por se tornar num loop positivo de evolução e progresso.

Há que atentar, no entanto, em pequenos aspetos importantes. Em especial, na ilusão do progresso. Em ser um fantoche e escravo do desenvolvimento. O que quero dizer com isto é que, iniciar a jornada de desenvolvimento, ainda que seja um passo desafiante, permanecer nela, depois de descobrirmos a imensidão de trabalho que temos pela frente, para nos aprimorar, pode ser ainda mais assustador. Com isto, podemos conformar-nos nos níveis mais superficiais e ficar presos num desenvolvimento subótimo — que não atinge a mais alta qualidade possível. Per si, isto não é prejudicial. Afeta-nos, isso sim, se de forma consciente nos quisermos convencer de que estamos a evoluir e continuarmos a fazer uma rotina que nos permite apenas manter o padrão que já atingimos. Protocolos de manutenção sustentam o nosso progresso. Protocolos de otimização melhoram-nos. Em qualquer domínio da nossa vida, é importante aplicar ambos e saber quando queremos e devemos dar uso a cada um.

Não te escrevo esta última parte para te desencorajar de nada nem para te encorajar a que desenfreadamente persigas a excelência máxima em tudo. Escrevo sim para que mantenhas presente a consciência e o pensamento crítico de alguns detalhes que vão auxiliar o início, o decorrer e o fim dos teus processos de progresso:

  • Que nível quero atingir naquilo a que me vou dedicar neste momento?
  • Que níveis quero manter, daquilo que já tenho e faço, porque não me interessa, pelo menos neste momento, progredir nestes campos?
  • Que níveis quero melhorar e evoluir?
  • Qual é o padrão de cada dimensão da minha vida (pessoal, profissional, relacional, financeira) que quero atingir?

Através destas perguntas, esclareces-te e defines, desde um primeiro instante, onde estás e até onde queres chegar. Porque, acima de tudo, nesta jornada de desenvolvimento e progresso pessoal, a primeira e a última pessoa que queres enganar és tu próprio. Porque dás um exemplo destrutivo a todos à tua volta, quer acredites ou não nisso. Podes passar por uma fase em que vais acreditar que estás a fazer mais do que realmente estás. Podes passar por uma fase em que vais acreditar que estás a fazer menos do que realmente estás a fazer. É a calibração do teu sistema, do processo. Simplesmente, passa o máximo de tempo possível em clareza e a fazer o que mais acreditas ser verdadeiramente intencional e alinhado contigo e a tua jornada evolutiva. A ideia é criares o teu próprio padrão de excelência e aplicares a TUA máxima excelência em tudo aquilo que fazes.

Qual o padrão de excelência que estás disposto a atingir ou que vais decidir atingir na tua jornada de progresso?

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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