O poder de escrever

Tirar da cabeça, confrontar a realidade

Daniel Covas
2 min readMay 28, 2024

Não estou a falar de nos tornarmos escritores. A prática de muitas atividades não pressupõe que nos tornemos profissionais ou especialistas nelas. Simplesmente, desejamos que o resultado dessas atividades nos beneficie e que a prática repetida aprimore a nossa habilidade na atividade executada. Escrever é uma das capacidades mais primordiais com que nos deparamos na escola e uma das mais importantes formas de comunicação, provavelmente a mais importante logo após a fala. Agora, o que muitas vezes cai no esquecimento é que a comunicação escrita, muitas das vezes, tem um valor inestimável naquilo que é a comunicação interna. É dizer, connosco próprios. Se falarmos sozinhos faz de nós loucos (apesar de ser bastante saudável para libertar ideias e ouvirmos as coisas ridículas que muitas vezes pensamos), escrever faz o mesmo por nós, num nível diferente.

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O benefício de refletir

Quando falo em escrever, é mesmo em pegar num papel e numa caneta. “Despejar a mente”, se assim o quisermos considerar. Se muitas vezes somos inundados por pensamentos que não passam de suposições e nos prendem à sua concretização, então a resposta para sair deste ciclo de bloqueio mental tem de passar por alguma forma de “puxar o ralo cerebral” e despejar a mente, aliviando-a da carga que esses pensamentos representam. Seja um diário ou a prática de journaling, o que importa é conseguir transcrever, de alguma forma, o que nos corre na cabeça. O desenvolver de tal habilidade vai revelar-se muito útil. Isto porque, de várias formas, vai permitir que abrandemos. Vai permitir aprimorar o nosso estado de presença. Vai permitir considerar melhor a probabilidade real de certos acontecimentos, efetivamente, acontecerem. Aprender a descrever em palavras, quer os nossos pensamentos quer as nossas emoções, é um primeiro passo essencial (e ao mesmo tempo, gigante) para nos conhecermos melhor e escalar a montanha que é o desenvolvimento pessoal.

Mais do que isso, escrever permite refletir. Usar os nossos pensamentos, não só para o ato de os reconhecer e aceitar, como também para os usar a favor do nosso próprio empoderamento. Utilizando aqueles que nos são úteis e descartando aqueles que não nos servem de todo, que provêm apenas daquela parte especulativa da mente do “então e se acontecesse isto?”

Ao passar o que pensamos para o papel, conseguimos sair do plano mental para o plano real, onde tudo acontece. Falando em planos, escrever permite fazer exatamente isso: traçar um plano, com base nos pensamentos, aqueles que mais do que pensamentos, são ideias e desejos. E ao transcrever isso para um plano, transformamos, de alguma maneira, as ideias e desejos em objetivos, porque temos uma maior facilidade em alocar-lhe ações tangíveis que permitem que nos aproximemos da sua concretização.

O que já escreveste hoje com base nos teus pensamentos?

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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