O Poder das Pessoas

Daniel Covas
5 min readDec 9, 2022

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Hoje trago um tema soberbamente interessante. Tão presente. De uma importância tremenda. Pessoas. O poder que têm. Enquanto seres individuais e enquanto parte de uma comunidade. A pessoa é a unidade básica que constitui uma comunidade social humana. Apenas com um conjunto de pessoas conseguimos construir aquilo que assumimos hoje em dia como a nossa sociedade.

Todos nós somos únicos. É isso que nos torna especiais, sempre nos disseram. Mas, se é assim, não significaria que ser especial é a norma, o que torna o facto de sermos especiais como algo normal? É uma pergunta sobre a qual podemos refletir um pouco. No entanto, vamos começar por salientar e definir o que é a individualidade do nosso ser para depois percebermos o que nos torna tão especiais como um conjunto. Talvez no final, com mais informação presente, tenhamos uma resposta a esta pergunta.

Enquanto ser individual, existem várias coisas que nos marcam e nos distinguem. Se olharmos para dentro, dirão que é a nossa forma de ser, a nossa essência, que nos torna únicos. No nível exterior, para além do óbvio facto de sermos diferentes a nível de aspeto (exceto os gémeos, claro) o que mais nos difere é o nosso nome. Posto isto, o que nos torna importantes ou de valor? Será simplesmente quem somos ou a forma como mostramos quem somos?

Enquanto seres comunitários, a comunicação é uma das capacidades básicas mais desafiantes. Especialmente quando se trata de falar em público. Um dos maiores medos inerentes ao ser humano. Por norma, quem se destaca nesta capacidade, parece desde logo ser mais reconhecido, mesmo com menos conteúdo que qualquer outro indivíduo à volta. Ou seja, com base neste argumento, quem transmite melhor é quem é reconhecido como alguém de valor. Aqui entra um segundo fator de grande importância: Reconhecimento. Portanto, para que alguém se considere como um indivíduo de valor per si, tem de saber transmitir aquilo que é perante outros e tem de ser reconhecido por isso. Para além disso, tem de demonstrar aquilo que são as qualidades básicas de constituição de carácter: Confiança, coragem, perspicácia, postura, palavra… E assim, conseguimos perceber que estamos, pelo menos em teoria, na presença de alguém de valor. Agora, mais uma questão: Como se integram os indivíduos de valor na restante sociedade?

No papel de liderança. Todos nós, mesmo aqueles que a determinada altura se tornam líderes, começaram por ser um seguidor. Muitos ficam sempre aquém (falta vontade, coragem, determinação, treino de capacidades, o que seja). Portanto, os indivíduos de valor tornam-se aqueles que lideram e encaminham as massas numa direção, quando estes não se dão ao trabalho de definir algo para si próprios de forma concisa, e acabam no conforto de seguir uma visão com a qual se identificam. Torna-se algo mais fácil e indolor do que se tornar alguém de valor.

Ou seja, até este momento temos a presença de líderes, que têm um determinado leque de capacidades, e seguidores (que podem ou não ter as capacidades, mas escolhem não fazer uso delas, pelas mais variadas razões). No entanto, existem, obviamente, aqueles que saem da norma. Nem são líderes de ninguém nem seguidores de ninguém. São líderes de si próprios apenas. São os tão famosos lobos solitários. Segundo alguns estudos recentes, aquilo que assume como uma personalidade Sigma. Diferente do típico líder Alfa a que estamos acostumados. Pessoas de alto carácter, com uma panóplia de valores e capacidades muito semelhante a um líder, sem o desejo de reconhecimento (esta é a diferença essencial entre Sigmas e Alfas). Odeiam a simples ideia de ser um seguidor. E preferem ser alguém que dá o exemplo fora de qualquer obrigação, atrás de qualquer holofote, onde ninguém veja. São pessoas que escolhem, todos os dias, a calma, o sossego e a paz da solidão sobre tudo o resto.

Não existe um tipo de pessoa certa ou errada que possamos ser. Cada uma tem pontos altos e baixos.

Tudo o que está acima refere-se e deriva da nossa individualidade. Porém, na sociedade, quer sejamos extrovertidos ou introvertidos, em algum momento temos de lidar com alguém. Assim, vou tratar agora um pouco aquilo que são as interações interpessoais. Como funcionam, quais os benefícios, quais os aspetos menos bons e de que forma as podemos tornar melhores e podemos aprender com elas a ser melhores nós próprios.

Quando nos relacionamos com alguém, através de qualquer forma de interação (palavra, toque…) procuramos sempre algo. Por norma, atenção. É aquilo que mais nos prende, tal como já tinha expressado na publicação sobre foco. Quando direcionamos a nossa atenção para algo ou alguém, estamos a colocar ali, na pessoa ou situação, a nossa energia. Dessa forma, aquilo que estamos na realidade em busca é simplesmente de uma troca energética. A partir daqui, começa a contar qual a nossa intenção, o que procuramos na pessoa, qual o nosso objetivo com a interação… Todos os fatores entram em jogo a partir deste momento. Temos tipos de relação diferentes com pessoas diferentes, como seria de esperar. Dentro da família, as nossas amizades externas, os conhecidos que todos os dias passam por nós… Um valor em específico determina aquilo que é a profundidade de uma relação: Confiança. Quanto mais confiança depositamos em alguém, mais profundidade e significado essa relação ganha.

Se tivesse de dar uma resposta à questão inicial, diria que a norma é mesmo sermos especiais. E o facto de isso ser algo normal, não diminui de forma alguma aquilo que significa a nossa preciosidade enquanto indivíduos singulares e únicos. Quanto mais capacidade temos para dosear a nossa confiança e gerir as nossas emoções, melhores vão ser a qualidade das nossas relações.

Nunca desistam das pessoas que vos fazem sentir bem e nunca se permitam ficar numa relação onde não existem dois lados a lutar por ela. É o maior e mais geral conselho que posso deixar para terminar esta publicação.

Gladiadores, vençam a vida!

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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