O poder da concentração

Tornar a atenção em aliado

Daniel Covas
3 min readJun 18, 2024

Quando a nossa disposição face ao que fazemos (e ao que decidimos e/ou escolhemos não fazer) está em alta, sentimos que nada nos pode parar. Ao mesmo tempo, em circunstâncias opostas, quando a disposição não está presente, parece que tudo está contra nós e acabamos a não conseguir fazer nada de produtivo. Ou assim consideramos. o que também pode acontecer muitas vezes é magoarmos, inconscientemente, as pessoas à nossa volta, simplesmente porque estamos concentrados em nos recuperar que nos falha a concentração no que aqueles que nos rodeiam podem estar a fazer para nos apoiar, da maneira deles.

Prestar atenção

No nosso dia-a-dia, a cada momento, dedicamos a nossa atenção a alguma coisa, seja de forma consciente ou inconsciente. Permitir que andemos à deriva, quer na dimensão pessoal, profissional, relacional ou financeira é um reflexo da forma como estamos a gerir a nossa atenção. E os resultados que daí advirem, são também um reflexo da nossa atenção.

  • Que atenção estamos a dar ao cuidado que temos connosco?
  • Que atenção estamos a dar ao trabalho que fazemos?
  • Que atenção estamos a dar às pessoas que amamos, adoramos, reconhecemos, respeitamos e valorizamos?
  • Que atenção estamos a dar à gestão das nossas finanças?

A forma como gerimos, de maneira consciente, a nossa atenção, determina e é um aspeto preponderante nos resultados que obtemos. Num mundo que tanto evoluiu em tão pouco tempo, com tantos recursos e informação a que temos acesso… a capacidade de filtrar todos os estímulos, através da nossa atenção, é o que nos dá alguma vantagem de diferenciação e sobretudo, de paz e harmonia, num mundo que nos parece fazer a cada dia acreditar mais e mais que podiamos e deviamos estar a fazer alguma coisa para além do que estamos a fazer.

Usar a atenção — Concentrar

O ato em si de concentrar resume aquilo que é o direcionamento consciente da nossa atenção numa tarefa ou ação que temos perante nós, de forma intencional, verdadeira, pura e direta. A partir deste estado, predispomo-nos a entrar no conhecido estado de flow, que permite e faz com que o nosso desempenho ultrapasse os níveis que estamos habituados. Mais do que isso, parece que faz desaparecer tudo o resto à nossa volta. Isso é o que para mim é mais interessante. Porque se somos capazes de o fazer, significa que podemos treinar a ativação e desativação deste mecanismo de atenção consciente, para que liguemos um filtro mental e tomemos decisões perante aquilo a que queremos ou não prestar atenção. Desta forma, poupamos energia e libertamos espaço mental, para viver mais aquilo que queremos e também para nos permitirmos apreciar e aproveitar mais a vida pelo que ela é e não tanto por aquilo que querem que ela seja. Porque a vida de cada um é única e deve ser vivida segundo os nossos parâmetros e as nossas normas.

Considerações finais

Ainda que possamos usar esta habilidade a nosso favor e a devamos orientar no sentido de a gerir de forma consciente, devemos também apontá-la de forma a atender intencionalmente aos que nos rodeiam, em especial nos momentos de maior debilidade interna. Quando estamos tão concentrados em nós e no que estamos a fazer é fácil perdermo-nos no que toca à empatia e valorização das pessoas que nos rodeiam. Controlar, guiar e gerir a nossa atenção, é também sobre ter em atenção quando não estamos a considerar tanto aqueles que temos à volta e nos valorizam da mesma forma que nós valorizamos. Importa saber gerir cada aspeto da nossa vida de forma a evitar os extremos e quando chegamos a eles, importa muito desenvolver métodos e protocolos que nos permitam recuperar, salvaguardar e aprender com o que nos levou ao extremo em primeiro lugar, para que possamos sair dele o quanto antes.

De que forma tens conseguido gerir e controlar a tua atenção, para contigo e com os outros?

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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