Motivação: A vontade de vencer

Daniel Covas
5 min readDec 12, 2022

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Nova semana. Novos desafios. Começamos todos a assimilar a entrada do novo ano e a quantidade imensa de dias que temos até voltar novamente ao 31 de dezembro. Se estás aí, lamento dizer-te que já estás no loop novamente. No mesmo mecanismo que te moveu durante todo o ano passado. É quando nos vemos a regressar a tudo aquilo que éramos que temos de saber parar, para mudar. Sou um pouco fã da motivação, até um certo ponto. Porque a motivação não é combustível, é só uma chama inicial. Daí para a frente, é a nossa vontade que comanda a nossa mudança.

· Quebrar o ciclo

· Construir a realidade

Quebrar o ciclo

Para não cairmos na mesma armadilha e ser novamente arrastados pelos mesmos métodos e obter novamente os mesmos resultados neste novo ano, temos de decidir quebrar o ciclo, o quanto antes. E tudo começa, claro, com a decisão de o fazer. Em primeiro lugar temos de ter a consciência de que não estamos completamente satisfeitos com aquilo que obtivemos no último ano. Depois de ganhar essa consciência, aí sim temos de tomar a decisão de quebrar o ciclo. A simples decisão que pode mudar tudo, realmente. O importante de assimilar aqui é também a consciência de que não é num dia, numa semana ou num mês que vamos conseguir alterar comportamentos enraízados durante dez, quinze, vinte ou mais anos. Quebrar o ciclo está relacionado com, após tomar a decisão de o fazer, paciência. Muita paciência. Para realizar todas as ações necessárias que vão de encontro a tudo aquilo que queremos que sejam os nossos novos comportamentos. Os nossos novos hábitos. O nosso novo ciclo.

Estas ações estão relacionadas com tudo aquilo que vos transmiti nas publicações da passada semana. E as perguntas a fazer são mesmo: “Que comportamentos quero alterar?”; “Que novos hábitos quero desenvolver?”; “Que resultados quero obter?”. E com base nestas três questões, começamos a alimentar a nossa curiosidade para ir em busca da solução. A nossa curiosidade é nada mais nada menos do que um dos mecanismos do nosso subconsciente que faz despertar a necessidade de saber algo novo. E estas questões alimentam precisamente isso.

O ganho de consciência, a qualquer nível, permite simplesmente que aumentemos a nossa sensibilidade mental de forma a tomarmos o devido cuidado com a informação a que nos expomos e com o que “damos de alimento” ao nosso cérebro. E assim, começamos, passo a passo, dia a dia, comportamento a comportamento, ação a ação, a quebrar o ciclo antigo e a construir um ciclo novo.

Construir a realidade

Quando começamos a entrar num caminho de criação de um novo ciclo, começamos, claro, a aprender coisas novas. Em vários aspetos da nossa vida. E eventualmente nos vamos questionar sobre a nossa realidade passada. O que mudou? O mundo continua o mesmo. As circunstâncias talvez se tenham alterado, mas sempre existiram. As boas e as não tão boas. As pessoas à nossa volta podem ter mudado e continuam a ser pessoas na mesma. O que mudou realmente, afinal? TU.

Tu mudaste. A tua perspetiva e a tua perceção daquilo que te rodeia mudou. É assim que a transformação e a criação acontece. Quando, pura e simplesmente, começamos a olhar para as mesmas coisas de uma forma diferente. E quando mergulhamos bem fundo na importância deste fator, percebemos o quão poderosos somos para nos alterarmos a nós próprios e, através disso, não só alterar mas sim criar a nossa própria realidade. Porque todos temos hipótese de olhar para a mesma situação. Todos conseguimos observar um mesmo acontecimento. E cada um de nós vai atribuir um significado ligeiramente diferente ao que vê. Porque cada um de nós tem um sistema próprio, que nos orienta na condução da nossa vida.

Construir a nossa realidade é nada mais do que, mais uma vez, ganhar consciência. Do quê? De duas coisas muito importantes: os nossos recursos e os fatores controláveis.

Os nossos recursos são representados por tudo aquilo que conseguimos criar e por tudo aquilo que é o nosso poder e a nossa vontade interna. Todo o nosso sistema interno, os nossos mecanismos, em conjunto, representam os nossos recursos. Em segundo, os fatores controláveis. Ou seja, tudo aquilo que temos o poder de controlar à nossa volta. O nosso comportamento é um fator controlável. O nosso nível e a nossa ética de trabalho, fatores controláveis. A nossa exigência e o nosso rigor, fatores controláveis. As nossas ações, fatores controláveis. A partir do momento em que o nosso foco esteja maioritariamente direcionado para estes aspetos, estamos numa direção favorável à criação da nossa própria realidade. E este é o passo após a quebra do ciclo antigo. O novo ciclo cria-se com a construção de uma nova realidade para nós próprios. E é desta forma que tudo isso acontece.

Photo by Clark Tibbs on Unsplash

Gladiadores, este ano promete o mesmo que qualquer outro antes dele e o mesmo que qualquer outro depois: absolutamente nada. Não é o ano, não é o mês, não é a semana, não é o dia, não é a hora, não é o minuto, não é o segundo que define a nossa vida. Somos nós. É cada um de vocês. Vou manter esta linha de pensamento nas publicações ao longo do ano e continuar a criar e a entregar-vos conteúdo para que, de alguma forma, vocês consigam pegar nisto e alterar algo. O vosso estado. A vossa condição. As vossas circunstâncias. O mundo atual dá-nos oportunidades a todos os níveis para sermos muito bons em praticamente tudo. E estimula-nos, ao mesmo tempo, a querer tudo “para ontem” e de mão beijada. Um paradoxo contra o qual temos de lutar diariamente. O que se constrói rápido perde-se mais depressa. O que se constrói a um ritmo firme não só vale a pena como também tem uma base para durar gerações. Um legado desenvolve-se assim. Deixem cá algo que possa viver depois da vossa vida e que carregue a vossa essência por gerações e gerações.

Eu vs EU. Que ganhe o melhor. Vão vencer!

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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