Mente Implacável 2.0

Daniel Covas
5 min readMay 12, 2023

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Eu avisei que a Mente Implacável ia voltar. Sim, para voltar, só mais forte! São altas horas da madrugada e normalmente, a esta hora, estou muito perto de pensar em acordar. No entanto, equilíbrio é sobre isto mesmo. Levar cada extremo (máximo e mínimo) ao limite e saber quando abrandar cada um deles, para apreciar o que se faz. Aqui estou. A aproveitar a criatividade que a penumbra me desperta, levando um dos extremos ao limite, que sei que me permite criar para vocês um trabalho que não consigo criar de uma outra forma a nenhuma outra altura do dia.

  • Treino contínuo da Mente Implacável
  • Importância da infinitude
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Continuidade do treino

Sei que, certamente, é um título autoexplicativo. O treino precisa continuar para que a forma se mantenha. Como no corpo físico, também a mente precisa corresponder a certos padrões se a ideia for mantê-la num certo nível. Agora, o treino da mente é totalmente diferente e de certa forma completamente igual ao que se faz para com o corpo. Quando se pega neste, percebemos que, no início, levantamos um determinada carga. O músculo habitua-se. Ganhamos confiança. Aumentamos o peso. Desafiamos o corpo novamente. O ciclo repete-se e o músculo torna-se efetivamente mais forte. Agora, no caso da mente, o que surge de diferente? Fazemos uma ação repetidamente. Executamos o comportamento. A mente torna-o num hábito. Ganha gosto. O ego entra em jogo. Acredita que é superior. A repetição da ação torna-se desleixada. A evolução cessa e começamos, na realidade, a regredir. Porquê? Bem, porque o ego não faz parte do jogo. Aliás, o ego é o inimigo. Quando o deixamos entrar no terreno, ele domina-nos facilmente, por representar aquilo que são as nossas maiores fraquezas. Ao não sabermos enfrentar o ego (não aceitamos as nossas fraquezas e não nos permitimos ser vulneráveis), ele vai domar-nos, uma vez que não o encaramos. Quando isso acontece, como o ego só quer atenção, coloca-nos numa posição de superioridade. Dando mais atenção ao status que representamos do que aos detalhes que devíamos trabalhar para efetivamente solidificar esse patamar que atingimos. Assim, o caminho para a desgraça torna-se uma via rápida vertiginosa, que só para quando estamos, efetivamente, pior do que quando começámos (só aí o ego nos larga. Não no local inicial, mas ainda mais fundo. Para garantir que, se não mantemos a ribalta, não devemos estar sequer onde começámos).

Sabem de algo que o ego não percebe absolutamente nada? Valorização. Explico-vos porque ele não percebe nada. Ele procura-a no EXTERIOR. A valorização VEM de DENTRO. É o saber quem somos. O que somos. O que sabemos. O que valorizamos. O que acreditamos. Isso sim, determina o nosso valor. Não o que alguém acha que nós somos capazes.

Porque é Infinito?

Já ouviste dizer que o treino nunca acaba? Pois é. A vida também não, de certa forma. Ouvi uma vez dizer que “Morremos duas vezes: a primeira quando perdemos a vida e a segunda quando dizem o nosso nome pela última vez.”
Sabes o que isto significa? Que a pegada que podes deixar no mundo se pode perpetuar através de gerações. Um Legado. Certamente conheces alguém que, mesmo já não estando entre nós em vida, continua a ser um exemplo, uma referência, um visionário, um idealista e futurista. E mais qualquer coisa até.

Tu não deixas cá a tua mente, eu sei. Portanto, porque deve ser o treino da Mente Implacável uma continuidade de sempre? Porque acredito eu que vai ser o treino que te vai levar, acima de tudo, a quereres deixar a tua pegada em vida. A simplesmente, deixar a tua marca. Sabes que, lá no fundo, cada um de nós tem uma mensagem para o mundo. Pode ser semelhante em poucos, vários ou muitos aspetos, mas a mensagem de cada um é, efetivamente, única.
Eu posso conhecer-te. Bem ou menos bem. Podemos já ter falado. Muito ou pouco. Ou não te conhecer de todo. Não importa. Eu sei que tu tens algo que o mundo ainda não viu. Sei que tens algo em ti que o mundo não tem. Sei que tens algo em ti que o mudo precisa sentir e experienciar para se tornar um lugar melhor. Porque só tu és tu, e esse é o teu superpoder!

Photo by Serge Kutuzov on Unsplash

Não sei o que te aconteceu na vida. Aquilo que perdeste ou ganhaste. Aquilo que sofreste e aguentaste. Aquilo que vivenciaste e te ensinou. Aquilo que deixaste que te traumatizasse. Todos temos marcas. Todos temos cicatrizes, visíveis ou invisíveis, do que a vida nos fez. Agora, o que decides fazer com isso? Que história estás a contar a ti própria sobre as marcas que a vida te deu para te servir, para que fosses quem precisavas ser hoje em dia?

O treino é infinito, sim. Porque houve uma fase da vida em foste com a maré. Em que te deixaste levar pela ondulação da vida. Agora, sabes melhor. Sabes que tens a responsabilidade. Isso é a capacidade que te dá opção de escolha. Entre ser a vítima ou o herói da tua vida.

Ter a Mente Implacável pode não significar um vida extraordinária, quando vista sobre determinados parâmetros. Agora, o homem que é sábio planta árvores não para si e sim para que quem venha depois dele possa apreciar a sombra que ele criou. A vida é pelo que és. É pelo que fazes. É pelo que tens. E sobretudo, é pelo que deixas. Não após partires, não falo disso agora. É pelo que deixas em cada pessoa que atravesa o teu caminho. Acredito muito na seguinte frase “Quem passa por nós, não vai só: deixa uma parte de si, leva um parte de nós.”

A Mente Implacável, mais do que para nós próprios, serve para mostrar a quem nos rodeia daquilo que é capaz. Serve para nos empoderarmos e libertamos aqueles que estão ao nosso redor de si próprios, daquelas limitações autoimpostas, que tão bem conhecemos.

A Mente Implacável é um treino que não acaba porque o modo automático dela é voltar à segurança e sobrevivência. Deixa-a por um dia em piloto automático e vais ver onde ela volta, por mais treinada que esteja. Sabes que não podes permitir isso. Sabes que não o queres fazer. Porque de que adianta treinar a mente um dia, uma semana, um mês, um ano, se no dia seguinte a vais largar, para perderes o teu progresso? Sê o exemplo. Por ti, para ti. Por quem for, para quem quiser. Parar é morrer, efetivamente. Disciplina é a maior forma de autocuidado que existe porque é a força que te permite dizer “SIM” a ti próprio todas as vezes necessárias, para viveres e expressares a tua verdadeira identidade, a cada momento da tua vida e manteres a Tua Mente Implacável em dia, mais e mais forte!

O quanto estás a impactar as pessoas à tua volta?

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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