Inspiração procura-se…

Ou será que se encontra?

Daniel Covas
6 min readMay 10, 2024

Começo a escrever-te desde ontem. E este “ontem”, que é hoje para mim, neste momento, tinha tudo para ser um dia normal e tranquilo. No entanto, revelou-se um grande teste à paciência e sobretudo, à inteligência emocional, que provavelmente não foi aplicada da maneira mais eficaz. A caminho do ginásio, pela manhã, estive “enlatado” no trânsito, devido a um acidente. Após isso, fui tratar de resolver uma questão (que acabou a não dar frutos e a ter de ser resolvida de uma outra forma, ainda sem confirmação). Cheguei a casa à hora de almoço. Durante a tarde, fui atrás da minha ingenuidade e acabei por me queimar, deitando mais tempo fora, de forma inócua. O que me trouxe de regresso a casa às 18h. Devido a mais agravantes da tarde de terça-feira, fiquei a sentir que desperdicei de alguma forma um dia e meio de trabalho. E aqui estou, fora das minhas horas habituais, a teclar, por vontade, influência, inspiração, sentimento de culpa, tristeza (nem sei bem), para colmatar aquilo que não fiz ao longo do dia.

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O que vai sair daqui

Esta publicação acaba por ser um misto entre desabafo, relato e reflexão. Quando dei por mim a abrir o separador do Medium, não tinha tema algum que me chamasse a atenção para trazer para vocês esta semana (apesar dos três que tenho em rascunho). Entretanto, este dia aconteceu e entendi a mensagem (acredito eu, ou assim a interpretei) para vos vir falar de inspiração. Não só para escrever. Este artigo não vai ter só a ver com inspiração. Talvez tenha a ver com fé. Ou confiança. Como uma receita, provavelmente vamos ter doses diferentes destes ingredientes e, com uma boa execução, no final, um prato digno de um momento bem passado. A importância do tempo vai também ser um acompanhamento e a forma como encaramos aquilo que nos acontece o tempero final.

O quanto o tempo importa

Independentemente de trabalhar por conta de outrém ou por conta própria, para lá da atividade profissional e pessoal, o tempo é um ativo extremamente valioso. Mais do que a forma como o usamos, são as decisões que tomamos sobre como usá-lo e quando o estamos a usar que ditam, mais do que o momento presente, a maneira como o vamos encarar e valorizar dali para a frente. Não há um único minuto que seja reversível. Seja como for que decidimos usá-lo, já foi. Resta saber se a aprendizagem que tiramos do último mintuto ou sequência de minutos de um evento é positiva (para voltar a repetir) ou negativa (para evitar numa próxima). Seja como for, podemos, em certos momentos, dependendo da forma como tomamos as decisões, errar. Porque o erro também faz parte da experiência humana. É o facto de resistirmos a ele que o torna ainda mais incomodativo. Porque a aceitação, não é que seja um processo mais fácil (normalmente, por ser mais real e verdadeiro, pode ser mais desconfortável e doloroso) é o caminho mais útil para simplificar a maioria dos casos. Em alguns, ao conrário, pode ser mais eficaz, aceitar que estamos a resistir e simplesmente deixar para trás (para que, mesmo não aceitando, possamos largar um peso que não nos serve).

O encarar de cada coisa

A forma como olhamos para aquilo que nos acontece e o incorporamos depende de uma variedade de fatores, entre eles o nosso estado emocional e o nosso nível de energia, que são duas das mais preponderantes variáveis. Mais do que isso, o conflito de proximidade e a diferença sobre a forma de ver a vida pode causar conflitos, quer internos quer externos. Se existe uma fórmula certa de encarar aquilo que atravessamos? Não, porque existem variáveis. Como o próprio nome indica, variam. Cada situação que encaramos vai ser encarada de forma única. É também isso que torna a experiência que a vida é tão especial, peculiar e valioso.

Fé, Confiança, Inspiração

A fé é um assunto tão interessante. Que começamos, normalmente, por associar à religião. Para depois entendermos o quanto transcende isso. A fé é uma crença inabalável em algo que está para lá da nossa mera existência, que nos sustenta nos momentos mais desolados e perdidos da vida. É como se fosse uma bússola interna de esperança que nos aponta o caminho e acrescenta uma mensagem ininterrupta de que é por ali por uma razão, basta seguir e vamos descobrir, seja ou não aquilo que mais queremos.

A confiança, seja própria ou naqueles que nos rodeiam, é um aspeto que dita muita coisa na nossa vida. Como seria de esperar, tudo começa e acaba em nós, portanto a confiança que temos em nós é a medida de confiança que podemos refletir para com os outros. Confiar é um exercício que podemos trabalhar de várias formas, começando pela estima e cuidado com os aspetos mais simples da nossa vida (porque, são os mais fáceis de executar). Higiene pessoal em dia, usar roupa que seja de destaque e que nos deixe confortável a usar. Escovar os dentes, cuidados com a pele e outros aspetos do género, para dar alguns exemplos. Isto só por si não dá confiança, simplesmente cria uma base para que seja bem mais fácil nutri-la e fazê-la crescer. Depois, ações alinhadas e intencionais. Atos corajosos. Ações que promovam o bem comum. São alguns dos exemplos de coisas que efetivamente vão aumentar a nossa confiança.

Inspiração é algo que podemos ir buscar tanto a dentro de nós como fora. E a inspiração é um tópico engraçado, porque nos podemos inspirar em alguém para ganhar mais confiança. Podemos inspirar-nos para ter mais fé. Podemos inspirar-nos para ir buscar mais do estímulo que bem quisermos.

Observações finais

Pegando nas palavras iniciais, do título, será que procuramos e encontramos inspiração na mesma medida? Porque acredito que as variáveis que enumerei acima, todas elas, se influenciam umas às outras. A forma como encaramos algo determina o que colhemos desse alog. A fé qe temos em alguém pode despertar um sentimento de inspiração da nossa parte sobre esse alguém. A confiança pode também ser alimentadora da nossa fé e ao mesmo tempo, de nos tornarmos na nossa própria inspiração. Sim, tudo se torna um pouco mais confuso quando misturamos as coisas.

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Uma coisa é certa: quando temos inspiração, tudo o resto surge. Não quero com isto dizer que a inspiração é a base de tudo, não é. A fonte da confiança, a autoestima e o autocuidado são pilares mais fortes para construir sobre. A inspiração é uma ferramenta de alavancagem. De continuidade. Mais do que tudo o resto, quero com esta publicação (re)lembrar-te de algo importante:

  • A hora a que nos levantamos, pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver
  • A forma como nos alimentamos, a nível de qualidade, pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver
  • O exercício que praticamos pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver
  • O trabalho que fazemos, a nível de quantidade e de qualidade, pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver
  • A forma como gerimos o nosso dinheiro pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver
  • A maneira como vivemos o nosso relacionamento pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver
  • O esforço extra que colocamos em algo que decidimos fazer, após o trabalho, de forma a te aumentar a capacidade profissional, pode ser uma inspiração para nós próprios e oara alguém que nos esteja a ver
  • Cada ação que fazemos, alinhada com a nossa maior vontade, intenção e missão, pode ser uma inspiração para nós próprios e para alguém que nos esteja a ver

Acredito que perceberam onde quero chegar. O que fazemos, pode ao mesmo tempo ser fonte de inspiração para nós próprios e para quem de alguma forma acompanhar (presencial ou virtualmente) essa ação. Temos inspiração em todo o lado. Nos pequenos e nos grandes gestos. Muda a forma como interpretas aquilo que vês, para mudares a forma como interpretas aquilo que fazes.

Já foste inspiração para ti próprio e para mais alguém hoje?

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Daniel Covas
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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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