Entregar
Uma reflexão sobre espiritualidade
Estava eu perdido sobre a temática para a escrita de hoje. E os sinais estão presentes, quando estamos atentos a eles. E surgiu. Num dos meus grupos mais próximos, formado por um círculo fechado de seis pessoas, para além de mim, surgiu uma partilha, a meio da tarde, que me veio (re)lembrar esta vertente que costumo restringir na minha escrita, apesar de ser algo que tenho vindo a trabalhar mais e mais em mim, nos últimos tempos. ESPIRITUALIDADE.
Confiar
É nas coisas que mais temos medo, que temos a maior margem de progresso. Abordar este tema é algo que mexe comigo. Que me causa algum receio na interpretação que pode existir do lado de quem lê. Porque, ao contrário dos outros temas de reflexão que aqui partilho, onde me sinto plenamente confiante para qualquer possível argumentação saudável a partir de qualquer ângulo e perspetiva, este tema, por ser algo que eu próprio ainda estou a explorar, acaba por, efetivamente, roçar a linha do medo para mim. Como discuti ainda este fim de semana com a minha comunidade, o medo vai existir sempre. Faz parte integrante de nós. E onde existe medo, existe espaço para aplicar a coragem!
Aplicar
Acredito que uma das melhores formas de ensinarmos algo de forma prática e eficiente é através do exemplo. Aqui estou, a fazê-lo. A aplicar a minha coragem para expor este tópico da espiritualidade. Mais em específico, sobre confiar em Deus com a nossa vida, entregando-lha, de forma a que, nesse espírito, possamos prosperar e progredir. Não me considero de todo um adepto de rituais espirituais (nem falando sequer dos religiosos). Desde que comecei a descobrir a importância do desenvolvimento deste pilar que é a espiritualidade, assentei como base uma regra: a de que ia desenvolver e explorar este assunto perante a minha forma de interpretação, com fontes com que me identificasse, sem cair em correntes de pensamento coletivo. Assim fiz. Acompanho apenas dois pastores americanos (T.D. Jakes e Steven Furtick [deixo as respetivas hiper ligações para os canais do Youtube]) e faço práticas, como meditar e orar, da maneira que me faz sentido. Isto é a forma que encontro de colocar a minha espiritualidade em desenvolvimento.
Entregar
Numa dinâmica que me confunde e ao mesmo tempo me fascina, esta parte, que referenciei acima, é uma das que mais causa constragimento naquilo que é a vertente espiritual da vida. Isto, porque mais do que não ser propriamente percetível, à primeira vista, torna-se anti-natural. Porque se falamos tanto em agir, em fazer o que temos a fazer, agora vamos “entregar” a nossa vida a uma entidade superior, que simplesmente pertence ao nosso modelo de crenças, e confiar nisso?
Bem, a minha perceção diz-me que este “entregar” é sobre largar aquelas necessidades mais físicas que nós temos (não as básicas, outras que fazem parte de nós), de forma a que nos possamos focar nas coisas que realmente importam na vida. Se isto é realmente a verdade e se realmente funciona? Verdades indubitáveis vêm da ciência e matemática, não das nossas crenças. Sendo isto também algo que estou a trabalhar há pouco tempo, nem sequer entendi ainda como se faz este procedimento e no que pode resultar. O que é certo, é que há sinais. Há mensagens. Há coisas que começam a aparecer quando começamos a despertar para largar as coisas mundanas e superficiais e nos começamos a focar nas coisas que realmente importam e que sentimos serem as verdadeiramente importantes.
Sim, abordei o tópico com precaução. Sim, podes ter sentido a falta de confiança, porque sou cauteloso nos assuntos que não domino, para não cair no efeito Dunning-Kruger. Ainda assim, acredito que consegui transmitir não só a minha opinião como também abrir-te uma porta a que reflitas sobre a espiritualidade, a forma como a encaras e a trabalhas. Espero ver os teus comentários para saber as tuas considerações sobre este tema.
