Divertimento & Hobbies
Nesta publicação, vou falar daquilo que é uma das 8 áreas da roda da vida, considerada naquilo que aprendi durante a minha certificação de coaching e que agora aplico durante as sessões com os meus coachees.
Esta é uma das áreas que, durante o dia-a-dia da maioria das pessoas é facilmente deixado para trás e colocado de parte. No entanto, é por isso que ao avaliar a vida, se faz uma roda: porque nenhuma área é mais ou menos importante que outra. Todas se complementam e potenciam, de forma retroalimentar.
- O que são hobbies?
- A importância do divertimento
- As áreas de foco dos hobbies
- Conclusões
Hobbies
“Atividade favorita que serve de derivação às ocupações habituais.” É esta a definição apontada pelo Priberam para esta palavra. Pessoalmente, um hobby para mim é bem mais que isto, como vou descrever ao longo da publicação. Aquilo que acredito, fazendo a relação com o tópico divertimento, estas atividades são aquilo que “limpa” a nossa mente, de certa forma, entre outras coisas, em relação ao que é a nossa vida rotineira de trabalho.
Dissecando um pouco a questão de divertimento e os paradigmas associados: socialmente, acreditamos que divertir está apenas reservado ao período de férias e aos fins de semana. Durante a semana é o trabalho, sábado e domingo servem para descanso. Habituamo-nos de tal forma a esta regra que a tomamos inconscientemente como nossa, e apagamos o divertimento da nossa vida, aos poucos, no dia-a-dia. No entanto, o divertimento é algo de extrema importância para o balanço mental, em especial. Isto porque permite contrariar o efeito da seriedade e profissionalismo com que encaramos a vida profissional. Mais do que isso, permite libertar o corpo e a expressão que “enterramos” ao longo do dia. E tudo aquilo que acumulamos no nosso corpo, ao não ser libertado, torna-se um fardo psicológico, mental e emocional.
Importância
Pegando um pouco nesta ideia que estava a construir no último parágrafo, a importância de ter divertimento e hobbies, eles permitem inserir em nós diversidade. Variedade. Emoção. Descoberta. Aventura. Isto dá à vida aquele gosto e alegria de estar preenchida e plena, em sintonia com uma forma saudável e forte de vivenciar ao máximo cada experiência.
Numa representação visual, torna-se mais simples de entender e sobretudo, de visualizar. Porque é esta ferramenta uma roda? Porque na nossa vida, nenhum aspeto é mais ou menos importante que outro. Apesar de algumas vezes parecer que têm importâncias diferentes, a única coisa que acontece é darmos uma maior atenção ou colocarmos uma maior prioridade sobre alguma delas. Na realidade, todas elas estabelecem um equílibrio vital quando praticadas, em alguma medida. A ordem é, da mesma forma, irrelevante. Porque numa roda, nada está primeiro nem último. Quando a roda roda, todos os pontos pertencem ao mesmo nível.
Áreas de foco
Para começar a pegar naquilo que acredito que um hobby é, sendo muito mais do que uma atividade paralela, é tudo o que somos. Hobbies são mais do que atividades de importância secundária, porque esse é outro dos motivos pelos quais deixamos que o nosso divertimento passe para segundo plano.
Eu defendo que, enquanto pessoas, devemos ter um mínimo de quatro hobbies: um que estimule as nossas finanças (normalmente o trabalho); um que estimule o nosso intelecto (ler, escrever, pensar, resolver problemas); um que estimule o nosso corpo (atividade física, seja ginásio ou outro desporto); um que estimule a nossa socialização (encontros com amigos).
Sei que a pergunta que está na mente de alguns neste momento é “o meu trabalho não é um hobby. Não o posso considerar isso!”
Pois claro que não podes. Eu sei. A tua concepção mental diz-te que um hobby te dá prazer e gosto. Que podes escolher quando o fazer, de que forma. Com quem. A predisposição que tiveres em alterar este modelo mental é a diferença entre escolher ver a vida com “novos olhos” ou continuar a assumir que tudo é imutável e só existe uma forma de ver as coisas. Quem evolui, escolhe abraçar uma mudança que, no ínicio, nove em cada dez vezes, não compreende.
Foi uma publicação mais curta que o normal. A mensagem está transmitida, e isso é tudo o que me importa. Não é o tamanho da mensagem que a faz valer, e sim o seu conteúdo.
Nesta conclusão, quero deixar-te dois convites. Um deles, relacionado com o tema de divertimento e hobbies, outro para concluir a ideia do parágrafo acima. Quando te digo para largares concepções mentais, em qualquer que seja a área, não te convido a pensares como eu (simplesmente partilho contigo a minha perspetiva, porque é a que conheço melhor). Convido-te sim a desafiares as tuas regras e as tuas crenças, de forma a saires fora do teu modelo de pensamento e imaginares que há formas diferentes de veres as coisas que toda a vida consideraste como aquilo que são. Talvez sejam mais do que isso, se lhe deres a hipótese. Este, é o meu primeiro convite.
O segundo, é convidar-te a olhar para os teus hobbies com mais responsabilidade. Não quero que os tornes sérios como o trabalho, porque vais acabar a considerá-los uma obrigação e vais rapidamente largá-los. Olha para eles no sentido contemplativo, tendo esta pergunta por base: “Em que é que este hobby melhora ou potencia a minha vida?”
Investires em ti, não tem só a ver com dinheiro usado para ampliares o teu leque de conhecimento em formações. A mensalidade do ginásio, é um investimento no teu bem-estar. As aulas de desporto, são um investimento no teu bem-estar. Um curso para aprenderes sobre carpintaria, culinária, ou qualquer outra área que te apaixone são investimentos que amplificam a tua auto-estima, pois estás a apostar naquilo que te faz feliz. Sabes o que acredito que acontece, quando chegas a um certo nível? (em que só falas do teu hobby, consomes vídeos sem parar, respiras essa atividade constantemente).
Aí acredito que chegas ao nível obcecado. Quando um hobby se torna uma obsessão, ele potencia-te a níveis inimagináveis, por te forçar a aprender, a ser mais e a fazer mais. Qualquer que seja a área.
Para terminar, esta é a minha perspetiva vital. Hobbies são o ínicio, a fase estagiária em que incurremos em atividades novas. Depois disso, aquilo que se mantém como parte integrante do nosso dia-a-dia, ou se torna um hábito confortável ou uma obsessão potenciadora. No primeiro caso, a atividade fica como parte de nós, a um nível constante. No segundo caso, bem, não olhamos a meios para crescer. Estamos sempre à procura da melhoria. De solidificar bases e aprimorar detalhes. De aprender uma nova técnica, de refinar as que já sabemos até ao estado automático. Todos os meus hobbies, que ficam comigo, se tornam obsessões. Por essa razão me torne constante e consistente. Disciplinado. Resiliente. Sem medo da derrota. Porque tudo o que escolhe abraçar, deixa que se envolva no meu espiríto de tal maneira que a única forma de o parar é escolher uma nova atividade para a substituir. E o ciclo volta a repetir-se. Isso é o que torna a vida tão fascinante. Podermos envolver-nos naquilo que desejamos, experimentar tudo e viver de forma plena. Essa é a maior diversão que podemos colher do nosso tempo útil disponível neste planeta.