Disciplina

Daniel Covas
3 min readDec 8, 2022

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A dura e sempre temida disciplina. O monstro abismal que atormenta tanta gente, tão boa gente. Uma palavra tão simples, ainda assim tão severa. O dom dos bem-sucedidos e o calcanhar de Aquiles dos fracassados. O melhor amigo de poucos e o pior inimigo de muitos. Muitas questões rodeiam este simples princípio. Porque é tão difícil? Porque tão pouca gente consegue ser disciplinada? Começando por algumas das mais simples.

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A realidade é que a disciplina é apenas e só, tal como referi acima, um princípio. Acima de tudo, ela é uma decisão. Pelo menos, começa com uma decisão e precisa de ser reforçada diariamente. Qualquer competência exige repetição. Essa repetição é gerada pela disciplina de manter essa acção. A disciplina leva à consistência. A consistência gera grandeza.

Mas aqui, nesta publicação, vou focar-me apenas na disciplina. No meu quarto pilar. O meu quarto e último fundamento para fechar este ciclo de informação.

Tudo começa quando tomamos a decisão de ser disciplinados. Esta decisão não pode ser tomada de ânimo leve, de qualquer forma. É necessário ter em conta tudo aquilo que essa decisão acarreta. As consequências. O preço a pagar. As ações. O sacrifício.

O peso de uma decisão é normalmente aquilo que leva as pessoas a pensar, a ponderar, a adiar… Quando sentimos que o que temos de fazer é demasiado desgastante e nos esquecemos da recompensa do outro lado do esforço, desistimos e nem sequer tomamos a tal decisão. Por outro lado, quando sentimos que aquilo que está do outro lado do trabalho disciplinado vale tudo o que for necessário fazer, tomamos a decisão de forma instantânea.

Falando dos quatro pesos agora, de forma a dissecar aquilo que a disciplina acarreta:

- Consequências

- Preço a pagar

- Acção

- Sacrifício

Consequências: Resume-se a tudo aquilo que derivar (de menos desejado) das acções da disciplina. Mais uma vez, a consciência é a base disso. Temos de estar dispostos a acarretar com todas essas consequências se acreditarmos realmente que estamos no caminho certo, em direcção ao que queremos atingir.

Preço a pagar: É simplesmente o reconhecimento de quanto vale o nosso objectivo. O caminho da disciplina requer execução. Noites com sono reduzido. Horas extra. Acções extra. Distância extra. Esforço desmedido e exaustão. Para no final colher uma recompensa.

Ação: Irmão bonito da “execução”. O que tem de ser feito. Sem espinhas. Agir. Neste momento. Agora. Fazer o melhor que conseguires, com aquilo que tens.

Sacrifício: O que tens de abdicar para alcançar o nível de disciplina que pretendes? São as saídas à noite? O tempo com os amigos? O tempo com a família? O tempo com o/a namorado/a? O tempo nas redes sociais? O que quer que seja, há sacrifícios a fazer. Não há atalhos aqui, há trabalho. Se temos todos as mesmas 24h, significa que temos de ter prioridades diferentes para alcançar feitos diferentes. É aqui realmente que entra o sacrifício. De trocar as horas fáceis de conforto hoje pelo esforço e dedicação da conquista de um futuro incrivelmente melhor.

Acredito honestamente que a disciplina se resume a isto. A uma decisão e à alimentação diária e constante dessa mesma decisão, com a consciência do peso que acarretamos sempre presente. Desde que, mais uma vez, tenhamos a convicção e fé inabalável de que estamos a percorrer o nosso caminho, a disciplina torna-se um ato natural e habitual.

E fecho com um dos meus mantras mais simples, vindo de um dos meus maiores e mais sábio mentores:

“Disciplina = Liberdade”

Jocko Willink

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Written by Daniel Covas

Mental Coach, Behaviour Analyst, Digital Strategist. Beat the Mind Founder. https://www.instagram.com/danny_covas/

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