Conectar com a Natureza
A importância de voltarmos à essência que nos criou
Entramos para este mês com uma panóplia de temas que nada têm a ver (aparentemente), ao contrário daquilo que fiz ao longo do mês passado. No entanto, sendo dezembro o mês que é, carregando o simbolismo que carrega e trazendo o espírito que traz, é necessário abordar diferentes temáticas em redor quer da harmonia quer do valor da vida. Hoje, vou usar esta publicação como uma “viagem” de regresso às nossas origens.
Independentemente do teu credo: criacionismo, evolucionismo ou qualquer outra teoria ou hipótese do surgimento humano, está fisicamente provado, a nível microscópico e de partículas, que somos feitos dos mesmos átomos que constituem o resto do mundo e da natureza. Existem estudos que comprovam o quão benéfico são práticas como o grounding, que vou descrever mais à frente. O importante, para já, e especialmente na atualidade, é que regressar a esta origem, a esta conexão, é o que nos permite voltar ao nosso centro e harmonizar o nosso espírito.
Diferentes pessoas têm diferentes sensações com diferentes elementos (terra, mar, água e fogo). No entanto, todos eles fazem parte da natureza. Daí a conexão a ela, através destes elementos, ser algo que nos faz tão bem. Num mundo tão acelerado é conveniente, necessário e fulcral a capacidade de parar e apreciar.
Os centros
De acordo com os estudos de design humano, existem no nosso corpo nove centros:
- A coroa (glândula pineal)
- Ajna (glândula pituitária)
- Garganta (tiróide)
- G (fígado)
- O coração (centro energético)
- O plexo solar (rins)
- A raíz (motor)
- O baço (sistema linfático; imunitário)
- O sacro (órgãos reprodutores)
Quando se fala em “regressar ao centro”, estamos na realidade a falar de realinhamento. Não querendo entrar muito neste campo, em primeiro lugar por falta de conhecimento profundo e em segundo pela hipótese de descrença plausível que pode existir desse lado, vou resumir-me um pouco pela superfície desta forma. Estes nossos centros reguladores do corpo, acredites no que acreditares, gerem a nossa energia vital e o nosso organismo a nível fisiológico. Qualquer coisa que nos cause mal-estar é um desequilíbrio, muito certamente, num destes centros. Porque é que e como é que a Natureza nos pode ajudar nisto?
Bem, a natureza é o equilíbrio harmonioso da vida. As plantas alimentam-se pela luz solar. O ciclo da água fortalece os organismos aquáticos e os seres vivos que necessitam de hidratação. Estes são apenas simples exemplos de que tudo flui de uma forma perfeita. Portanto, quando nos conectamos com ela, entramos nessa harmoniosa sintonia equilibrada.
Práticas
Existem várias formas que nos permitem conectar com a natureza de forma saudável. O grounding, que falei acima, é uma prática que consiste no contacto direto com o elemento terrestre, normalmente feito através de uma caminhada descalço, por exemplo.
Passear à beira-mar ou mergulhar é uma outra forma que permite que nos conectemos à natureza.
Passar tempo junto a uma fogueira, envolvido por um ambiente natural.
Ou uma simples caminhada com a prática de mindfullness pela zona natural mais próxima, a apreciar o ar.
Estes são simples exemplos, através da ligação com os quatro elementos diferentes que regem o equilíbrio natural. Formas de nos abstermos do mundo, do ruído, dos desiquilíbrios e voltarmos ao nosso centro.
A necessidade
Sim, é o voltar a bater na tecla. Sim, porque é necessário. Quando nos subtemos a um mundo de sobre-estimulação contiuamente crescente, estamos a colocar-nos na ilusão. Embora a maioria das coisas que provêm de origem humana sejam excelentes criações, que nos facilitam e beneficiam na vida, é a sua excessividade (quer de quantidade existencial quer de uso) que nos cria esta sociedade artificial a que nos submetemos e muitas vezes subjugamos, atualmente.
A necessidade de regressarmos ao nosso centro é, mais do que nunca, recorrentemente necessária. Mesmo para aqueles de nós que melhor sabem proteger a sua própria energia, que se isolam e controlam da melhor forma o seu ambiente, o impacto da restante sociedade acaba por nos atingir. Vivemos em comunidade, o que implica contacto. E desse contacto, direto ou indireto, surge esta influência.
Que mais uma vez, provoca esta necessidade: de voltar ao centro. Novamente, o que quero dizer não é, de forma alguma, promover a solidão. A vida social é incrível e maravilhosa. As experiências que podemos obter das interações a que nos propomos são únicas e tornam a nossa vida em algo mágico. O que faz regressar os aspetos basilares: equilíbrio e harmonia.
Não são os estímulos que existem que são prejudiciais, é o excesso deles.
Não é a vida em sociedade que é prejudicial, é a incapacidade de estarmos plenos a sós.
Não é a atualidade que vivemos que é prejudicial, é a falta de compaixão e empatia que não temos e a brutal perspetiva de apenas olhar ao próprio umbigo.
Atingir a harmonia, balançando os extremos numa dança que se move fluidamente, em sintonia, é um trabalho dário e eterno. A cada decisão que tomamos, pendemos para um dos lados. A cada ação que fazemos, pendemos para um dos lados. A cada interação que temos, pendemos para um dos lados. Para refletir, equilibrar e chegar a uma conclusão, precisamos desta conexão, deste regresso ao centro, onde nada existe, para além da existência em si.
Já tiraste tempo para te conectares com a natureza (e te alinhares contigo), hoje?