Breaking Point
Tendo em conta a falha de ontem, por ter sido um dia excepcional com circunstâncias completamente fora do meu controlo (a prática de toda a teoria que tenho partilhado aqui), a publicação de terça fica hoje aqui. O tema que trago, esforço-me sempre para que seja algo proveniente da minha prática diária, da minha vida mais recente, de forma a trazer-vos a experiência mais pura e fresca possível.
· O que é um ponto de quebra?
· Qual a utilidade de um breaking point?
Breaking Point — Ponto de quebra
Um ponto de quebra, ou em inglês, breaking point, é um ponto que atingimos quando existe uma mudança de ritmo na nossa vida. Refiro-me maioritariamente em inglês a este termo porque a primeira vez que o ouvi nesta perspetiva chegou até mim pelas palavras sábias do bispo T.D. Jakes, alguém que sigo de forma ávida no Youtube, no campo da espiritualidade e preserverança. Este ponto de quebra a que ele se refere é precisamente aquele momento que nós sentimos tantas vezes ao longo da vida, em várias aspetos. Por vezes, atingimos uma barreira de evolução física. Por vezes, atingimos uma barreira de evolução de carreira. Por vezes, atingimos uma barreira de evolução pessoal. Por vezes, atingimos uma barreira de evolução mental. Por vezes, atingimos uma barreira de evolução emocional. Por vezes, atingimos uma barreira de evolução relacional. Atingimos barreiras na vida, é a realidade. Este ponto de quebra não se refere em específico à barreira e sim ao momento em que estamos a enfrentar essa barreira. Isso é, efetivamente, o ponto de quebra.
Utilidade
E qual é a utilidade prática de um ponto de quebra? Em primeiro lugar, consciência. Consciência de presença neste ponto. E a real utilidade do ponto de quebra é, acima de tudo, o que fazer com ele. Nas palavras que ouvi associadas ao ponto de quebra: Your breaking point is your breakthrough point. Traduzido, será algo como: O teu ponto de quebra é o teu ponto de desbloqueio/avanço.
Este ponto surge pelos nossos limites físicos. O poder que nos guia é ilimitado e pode levar-nos onde quisermos. No entanto, há um momento em que o nosso corpo precisa de descanso. Há um determinado tempo que precisamos dormir para renovar o corpo. E existe também um outro momento em que temos de parar e superar-nos, para renovar a alma. Porque o que temos dentro também fica cansado. E é o facto de nos deixarmos levar por tudo aquilo que nos é exterior, por sermos influenciados e afetados por todas as interações do dia, pelo excesso de informação, pelo bombardeamento de estímulos das redes sociais, pela falta de tempo de próprio, é aqui que não só o nosso corpo fica cansado e também a nossa alma. O corpo reflete os sinais da alma. O que sentimos fora é o reflexo do que se passa dentro. Sentimos cansaço e vamos dormir. Tratamos o sintoma, não resolvemos o problema. Sabemos reagir muito bem ao que sentimos por fora. Sentimos cansaço, descansamos. E não olhamos para dentro para entender de onde veio esse cansaço. Esquecemo-nos que existe um poder magnífico e maravilhoso dentro de nós e é dessa fonte que provém tudo aquilo que sentimos. É para aí que a nossa atenção tem de ser direcionada. “Espera aí”, dizem-me vocês, “estamos a falar de pontos de quebra e agora estamos a falar da nossa alma. O que tem uma coisa a ver com a outra?”
Primeiro, importa clarificar que, quando me refiro à alma, estou a falar do nosso poderio interno. Não necessariamente a falar puramente da parte holística e espiritual (apesar de essa parte ser, claro, indissociável). Agora, de que forma se relacionam estes conceitos? Bem simples. Tem tudo a ver com a questão que serve de título a este ponto. Tem tudo a ver com a utilidade destes pontos de quebra. Existem algumas hipóteses ao chegarmos a estes momentos, do ponto de quebra. Tudo vai depender do nosso estado. Vamos olhar para os dois casos opostos e mais óbvios:
Cenário 1: Chegamos a um ponto de quebra num estado em que a nossa alma está cansada, o nosso corpo está cansado. A vontade de ultrapassar esse ponto de quebra será relativamente baixa. E deixamos que o ponto de quebra nos vença e quebramos. Este é o cenário em que encaramos um desafio, escolhemos o nosso comportamento conhecido, rejeitamos abraçar o novo, diferente e desconhecido e ficamos precisamente onde estamos. E o ponto de quebra prevaleçe.
Cenário 2: Chegamos a um ponto de quebra num estado em que a nossa alma está tratada, o nosso corpo está cuidado. A vontade de ultrapassar o ponto de quebra, independentemente da dificuldade vai ser relativamente elevada. A probabilidade de sucesso é superior. Neste cenário, encaramos o desafio, escolhemos fazer algo de forma diferente daquela a que estamos habituados, abraçamos o desconhecido e o novo. Superamos a barreira e chegamos a um novo nível na nossa vida. O ponto de quebra transforma-se num ponto de desbloqueio/avanço.
De forma a concluir, trabalharmos na manutenção do nosso estado de presença numa vibração elevada é a melhor preparação que podemos ter face à vida. Assim, quando surgirem as barreiras e estivermos perante um ponto de quebra que não conhecemos, estamos preparados para o enfrentar. Desta forma, damos um novo significado ao ponto de quebra e começamos a vê-lo como um ponto de desbloqueio/avanço. Desta forma, the breaking point becomes the breakthrough point.
Quero deixar-vos o final deste post com aquilo que será o final de todos os posts daqui para a frente, ao longo do ano, para vos lembrar continuamente: Tu és o que tu quiseres ser. Só tu és tu, e esse é o teu super-poder. Cabe-te a ti guardá-lo ou usá-lo.
Gladiadores, este ano promete o mesmo que qualquer outro antes dele e o mesmo que qualquer outro depois: absolutamente nada. Não é o ano, não é o mês, não é a semana, não é o dia, não é a hora, não é o minuto, não é o segundo que define a nossa vida. Somos nós. É cada um de vocês. Vou manter esta linha de pensamento nos posts ao longo do ano e continuar a criar e a entregar-vos conteúdo para que, de alguma forma, vocês consigam pegar nisto e alterar algo. O vosso estado. A vossa condição. As vossas circunstâncias. O mundo atual dá-nos oportunidades a todos os níveis para sermos muito bons em praticamente tudo. E estimula-nos, ao mesmo tempo, a querer tudo “para ontem” e de mão beijada. Um paradoxo contra o qual temos de lutar diariamente. O que se constrói rápido perde-se mais depressa. O que se constrói a um ritmo firme não só vale a pena como também tem uma base para durar gerações. Um legado desenvolve-se assim. Deixem cá algo que possa viver depois da vossa vida e que carregue a vossa essência por gerações e gerações.